27 de agosto de 2010

A casa no deserto

Não sei ao certo, porque não sou vidente, mas vi na madorna vespertina de hoje algumas cenas misteriosas que aconteciam em um castelo no meio do deserto.
Neste castelo moravam muitas pessoas. Lá havia muitas escadarias, cômodos enormes e até um teatro com palco italiano e tantas mais tantas poltronas que até perdi a conta.
Tinham várias repartições, paredes, janelas e piso de madeira antigo, mas o castelo estava doente;
As pessoas não conseguiam caminhar direito, pois o chão estava oco e quanto mais subia mais o piso e as paredes tremiam.
Muita gente havia lá e muitos lavavam o lugar, mas não tinha o que fazer, pois até as escadas desabavam como que feitas de papel de seda.
A única coisa que as sustentava eram as pilastras de lado a lado com corredores gigantes onde se faziam encontros à surdina, até que a última parede caiu e todos ouviram os agentes secretos, desnudos em seus clãs, discretos.
Depois do fato descoberto todos caíram em um poço que ficava no térreo, no poço tinham peixes coloridos que podiam ser pegos com a mão.
Todas as pessoas que visitavam o castelo se banhavam por lá até descobrirem que entre os peixes coloridos tinham filhotes de piranha que comia a epiderme dos nadadores deixando-os em carne viva, não dava tempo nem de sentir dor.
E tinha muita lama escorrendo do teto. E a água do poço ficou tingida de vermelho.
Vi que tudo ia desabar então tentei gritar, tentei avisar dos peixes carnívoros, tentei até mesmo puxar alguns pelo braço a força, mas foi tarde, tudo desmoronou;
O castelo ficava no meio do nada e quando consegui sair de lá de dentro, ficando a quilômetros de distancia, percebi que ele na verdade não existia.
Fiquei um tempo parada fixando o olhar e consegui acordar.
Alguns conseguiram pular, outros viajaram antes do fim e tem vários que continuam por lá e todos os dias limpam a sujeira deixada pelas traças.

Noite que passou sonhei sonhos desérticos,

Areia branca cobria todo o sertão plano e de relevos acentuados. O relevo tinha uma fonte pequena de água pura, ao observá-la atentamente percebi que havia sido contaminada pelo lixo da cidade existente a milhares de quilômetros.

No meio do caminho conduzindo um veículo de quatro rodas, parei numa casa para comprar água e desaguar a água parada. Lá existia um homem de cabelos desgrenhados e barba rala mostrando e corrigindo um livro que depois descobri que havia sido eu era a progenitora dele. Não do Homem e sim do livro. Correções foram feitas e essa aqui abre a primeira página que ainda será escrita, com papel reciclado e capa rosa bebê.